O Visitante de Sangue Antigo
A névoa ainda não havia se dissipado da floresta quando os sinos da entrada sul da mansão soaram.
Um toque grave.
Diferente.
Solitário.
Maelis foi a primeira a aparecer no salão de recepção, os olhos estreitos e os sentidos alertas.
— Não houve anúncio — disse, afiada. — Mas o cheiro é conhecido.
Rafael entrou logo depois.
O rosto endurecido como pedra de guerra.
Os olhos verdes queimando sob as sombras.
— Ele voltou.
— Quem? — perguntei, ajustando o manto escuro sobre os ombros.
Rafael respondeu com um nome que parecia ecoar de outra era:
— Sorren.
**
O portão se abriu lentamente.
E por ele entrou um homem de presença densa, como se a própria floresta tivesse se curvado à sua sombra.
Alto, de pele dourada e olhos âmbar.
Os cabelos negros presos com fios de prata.
Cada passo… como um anúncio de guerra.
Trazia consigo apenas dois homens, ambos silenciosos.
Mas ele…
ele falava apenas com o olhar.
Rafael desceu as escadas, as mãos cerradas.
— Nunca pensei que