O Nome que Ele Escondeu
A noite caía com peso sobre a mansão.
As janelas tremiam com o vento, e as sombras dançavam pelas paredes como ecos antigos.
Marco estava inquieto. Desde a conversa sobre o Lobo Sem Nome, ele parecia andar com um lobo ferido dentro do peito.
Rafael mergulhou nos arquivos antigos da biblioteca, em busca de qualquer vestígio da linhagem da Lua Nova.
Mas era Marco quem mais fugia…
De mim.
De si.
De algo que o roía por dentro.
— O que está escondendo de mim? — perguntei, entrando no salão onde ele se refugiava diante da lareira apagada.
Ele estava sentado, camisa aberta, com uma garrafa de conhaque quase vazia.
O olhar fixo no fogo que não queimava.
— Nada que vá mudar o que você já sabe — ele disse, sem me encarar.
— Então por que parece que está engolindo cinzas?
Marco finalmente me olhou.
Os olhos escurecidos.
Mas não pelo desejo —
pela culpa.
— Porque parte dessa história é minha.
E eu passei a vida tentando esquecê-la.
Me aproximei devagar.
Me sentei à sua fre