A Noite Em Que Eu Me Tornei Fogo
A mansão estava mergulhada no silêncio quando atravessamos os portões.
A escuridão se derramava pelos corredores como um véu antigo.
Não era medo…
Era espera.
Meus pés descalços tocavam o mármore frio, mas meu corpo fervia.
Atrás de mim, Marco.
Seu andar era lento, firme, como quem retorna ao próprio território depois de ter sido exilado.
À frente, Rafael, o passo controlado, os ombros erguidos, como se antecipasse o que viria.
E eu… entre os dois.
O desejo me envolvendo como a fumaça de um incêndio recém-acesso.
Selyra estava inquieta.
Kael rosnava em silêncio.
Zahor permanecia em vigília.
Quando subimos a escada principal, pude ouvir o sussurro da casa respirando.
A madeira viva.
As paredes pulsando com energia antiga.
Como se a própria mansão reconhecesse o que estávamos prestes a fazer.
Entramos no quarto onde tudo havia começado.
As velas se acenderam com um estalo suave.
As chamas douradas dançavam sobre os móveis escuros.
No espelho do fundo, vi