Mundo de ficçãoIniciar sessãoRejeitada pela própria família e traída pelo homem destinado a protegê-la, Isis quase perdeu a vida. Mas quando desperta em um quarto desconhecido, percebe que o destino ainda não terminou de escrever sua história. Agora, entre segredos sombrios, feridas que parecem não cicatrizar e a ameaça de um amor impossível, ela precisará decidir: Perdoar quem a destruiu ou abrir seu coração para um novo amor capaz de curá-la?
Ler maisEm um lindo quarto, uma jovem de apenas 19 anos finalmente abriu os olhos, depois de ter permanecido dormindo, em coma, por muitos dias.
Sua mente permanecia em branco, nublada pelo tempo em que esteve dormindo, e ela tentava, por todos os meios, lembrar-se do que havia acontecido, como havia chegado àquele lugar.
Um soluço silencioso começou a escapar de seus belos olhos. A dor era profunda, intensa e incurável. Fechou os olhos novamente e começou a recordar tudo o que havia acontecido. Precisava fazer isso, precisava ter todo o panorama muito claro para se certificar de que aquelas pessoas nunca mais se aproximariam dela. Não permitiria que a machucassem novamente. A deusa Lua não deixara que ela morresse, e ela não se daria por vencida; não cumpriria a última vontade de sua família, não lhes daria esse prazer.
Tampouco a ele, seu par, o alfa da matilha, o homem que deveria tê-la cuidado e amado, e que acabou por destruí-la, entregando-a àquelas pessoas que quase a exterminaram da face da terra.
Tudo fazia sentido agora. Era uma loucura pensar, nem que por alguns segundos, que ele cuidaria dela. Que idiota ela fora! Como poderia cuidar dela se sempre esteve com Luna? Ambos eram um só; isso significava que ela nunca entraria na equação.
Fechou os olhos com força e voltou ao passado, não tão distante. Começou a se recordar.
Luna a olhou com os olhos bem abertos, como se estivesse um pouco assustada com sua presença. Dilan virou-se para ela e semicerrando os olhos, demonstrava raiva. Seu aura escureceu e o ambiente tornou-se pesado de repente.
– O que você está fazendo aqui? Veio terminar o seu trabalho? – perguntou com ódio evidente, deixando a menina muda.
– Eu… eu… – ela tentou falar, dizer qualquer coisa, mas o medo nublou sua mente e estava tão desconcertada que não conseguiu se defender diante daquelas palavras cruéis.
– Não, Dilan! – Luna saiu em sua defesa, o que fez a menina suspirar, tremendo de terror – ela é minha irmã e eu a perdoo – essas palavras realmente a desestabilizaram, mas o que veio depois fez Isis sentir como se fosse morrer.
– Isis, sei que você não teve a intenção de me lançar pelas escadas, foi tudo um mal-entendido. Eu te… perdoo por tudo o que me fez, mas por favor, já basta! – agora Luna chorava com força.
Isis estava em branco, parada na porta do quarto de sua amada irmã. Desesperara ao saber que quase morrera em um acidente doméstico, correra até ela para saber como estava e se deparou com essas palavras.
Ela seria a culpada pela queda? Mas se ela estava limpando a casa da avó naquele momento! Todos os dias, depois de limpar sua própria casa, precisava cuidar da da avó. Desde que tinha uso da razão, sempre se encarregara de todas as tarefas domésticas.
– O que ela quer dizer com “tudo o que me fez”? O que ela acha que eu fiz? – Isis estava perdida; jamais imaginara receber tais acusações.
– Já ouviu sua irmã – Dilan rompeu o silêncio que pairava sobre aqueles momentos – ela é boa demais e a perdoou, mas eu não. Não quero vê-la novamente em minha presença, caso contrário, não me culpe por ser cruel com você.
E Dilan Sloan, alfa da matilha, cumpriu sua promessa. Cada vez que ela era obrigada a comparecer a algum evento em que o alfa estivesse presente, ele se comportava da maneira mais cruel e inimaginável.
Ela era golpeada, chicoteada, acorrentada e torturada de muitas maneiras por ordem do alfa. Tentava recusar qualquer convite onde o encontrasse, mas seus pais não lhe davam alternativa; era levada à força. De uma forma ou de outra, acabava sendo castigada.
Por quê? Nunca soube. Em algum momento pensou que aquela não era sua família, mas, infelizmente, era. Eles eram seus pais e Luna, sua irmã. Simplesmente odiavam ter uma omega na família e demonstravam isso com cada uma de suas ações. Embora externamente aparentassem ser bons e amorosos, dentro de casa a realidade era bem diferente.
– Isis! – o chamado de sua mãe a assustou. Ela estava ocupada arrumando as roupas de todos para a festa de noivado entre o alfa e sua irmã.
Graças à deusa, desta vez não precisaria ir; não poderiam permitir que nada estragasse aquele dia tão especial para toda a família Carter. Eles estavam radiantes com a ideia de se unir à família do alfa. Uma Carter seria a futura Lua da matilha, e todos ganhariam prestígio.
– Sim, mãe – respondeu a menina, observando o rosto de desgosto da mãe ao ouvir que ela, a omega, era chamada assim.
– Já te disse para não me chamar assim. Vá buscar o presente para o alfa. Já está tudo na loja.
Após essas palavras, a mulher se retirou. O lugar estava uma loucura: pessoas iam e vinham, arrumando a glamorosa futura Lua, um cargo de extrema importância para eles.
Isis saiu calmamente, suspirando. Ficou feliz por todos irem embora. Naquele dia, preferia ficar sozinha, não queria que estivessem presentes quando sua loba se manifestasse. Era o dia de sua transformação; finalmente poderia conhecer sua linda lobita e, se tivesse sorte, conhecer seu par, seu salvador.
Mas que enganada estava! A vida lhe daria outro golpe, ainda mais duro, quase insuportável de suportar.
Em um quarto rústico, uma pequena ômega abriu os olhos. Sentia que aquilo era um déjà vu, pois, mais uma vez, despertava em um lugar estranho.Observou tudo ao redor. Parecia estar em uma cabana na floresta, embora não tivesse certeza. Conseguia ouvir passos no cômodo ao lado, e isso a encheu de temor. Não fazia ideia de onde estava, e o cheiro que chegava até suas narinas era estranho; não conseguia determinar de que espécie se tratava, mas tinha certeza de que não era um lobisomem.Com cuidado, tentou ficar de pé. Uma tontura repentina a invadiu, mas ela se recompôs quase de imediato. Caminhou com cautela até a porta; precisava ouvir o que acontecia do outro lado, mas só encontrou silêncio. Aparentemente, quem estava ali havia parado de se mover ou talvez…Um susto súbito a dominou quando a porta se abriu no mesmo instante. Ela tentou recuar, mas não teve a agilidade necessária e quase caiu sobre o piso frio de madeira; porém, foi amparada por braços fortes — e gelados.— Tranquila,
Ramsés e Ícaro haviam chegado à casa da matilha com grande rapidez, mas, ao entrar no lugar, encontraram uma cena um tanto confusa. Vera chorava de maneira desesperada enquanto Hatice e Alexa a observavam com desprezo.Os dois homens fortes se aproximaram, mas cada um tomou uma direção oposta, pois Ícaro seguiu direto até sua mate, e Ramsés, ao contrário, caminhou até alcançar uma desolada Vera, que só soluçava sobre o chão frio.— O que aconteceu? — perguntou à mulher, ajudando-a a levantar-se e acariciando suavemente seus longos cabelos.— É uma sorte que Isis não esteja aqui, embora eu esteja preocupada com ela, espero que você nunca mais a veja — Hatice cuspiu com fúria, lançando ao primo um olhar de puro desprezo.Ramsés estreitou os olhos, surpreso por sua atitude, mas desviou o olhar da loira enfurecida e voltou a atenção para a mulher que fingia fragilidade e que agora o abraçava com força.— Ramsés… elas me agrediram… disseram que eu era uma qualquer e que por isso Héctor me
Nas profundezas da floresta, a escuridão reinava sobre todos os cantos. A densidade da vegetação tornava o ambiente sufocante. As almas não ousavam adentrar o lugar por medo de se perderem na mata fechada e de a morte encontrá-las sem qualquer chance de escape.Ali, numa pequena clareira bem no centro do sombrio cenário, uma figura feminina movia-se pelo lugar com graça felina. A espera era angustiante, e o ar opressor se intensificava a cada segundo. Enquanto a mulher estava imersa em seus pensamentos, um som de galho se partindo a colocou em alerta; não havia temor nela, apenas expectativa e ansiedade pelo encontro que estava prestes a acontecer.— É bom ver você, Casandra — uma voz grossa, vinda do além, ecoou na noite silenciosa.Ela se virou, um largo sorriso surgindo em seus lábios, e, como uma colegial apaixonada, correu ao encontro do homem que a aguardava de braços abertos, porém com o cenho franzido. Seu humor parecia oscilar entre a felicidade e a irritação.— Meu amor! Sen
Um novo dia havia chegado, os raios do sol atravessavam as janelas, e Isis abriu preguiçosamente os olhos, esticando os braços. A noite anterior tinha sido exaustiva, pois depois que Alexa foi sequestrada por seu companheiro e Hatice raptou seus dois pares, ela ficou sozinha à mercê de um Ramsés apaixonado, que não lhe deu saída e a manteve a noite inteira sob ele, ou talvez sobre ele… ou em várias posições, sentindo toda a urgência e o desejo que ela despertava nele.Agora, dolorida, ergueu-se na cama apenas para perceber que estava sozinha. O quarto estava completamente vazio, não havia sinal algum de Ramsés; parecia que ele havia se levantado bem cedo, ou talvez nem tivesse dormido.Algo dentro da jovem se agitou; na verdade, ele havia chegado um pouco tarde na noite anterior, e agora ela despertava sem encontrá-lo ao seu lado. Com temor, apressou-se a levantar e sair; precisava encontrar Ramsés e confirmar que nada ruim havia acontecido. Caminhava com pressa pela casa da matilha q
Sons surdos de prazer inundavam o amplo quarto onde dois corpos nus se descobriam e desfrutavam da companhia um do outro pela primeira vez.Ícaro, você é um sem-vergonha! reclamava Alexa, que há alguns minutos havia percebido que aquele castigo era perigosa e deliciosamente prazeroso.O grande corpo do homem estava parcialmente sobre o dela, mas sua cabeça encontrava-se exatamente no centro, onde sua língua brincava sem pudor no ponto exato em que ela sentia um prazer infinito. Pouco antes, sem esforço algum, Ícaro havia arrancado todas as roupas do corpo de sua parceira e, em seguida, simplesmente inclinara-se sobre ela, guiando-se até a tenra flor que pretendia desfolhar pela primeira vez — e não planejava parar em uma única experiência.Alexa se contorcia um pouco, mas não demais; o medo que sentia caminhava lado a lado com a expectativa do momento. Quando o hálito quente de Ícaro tocou sua pele virginal, uma corrente intensa de antecipação percorreu todo seu corpo — e mais ainda q
A reunião feminina seguia entre risadas e conselhos, embora quem mais falasse fosse Hatice — aquilo era da sua natureza — e Isis também fazia suas observações.A pequena ômega via em Alexa uma irmã do destino. Tinham histórias tristes e parecidas, com a única diferença de que Ramsés era seu par; ainda assim, sempre que o cunhado se aproximava de Alexa parecia haver fagulhas no ar — era como se ele se contivesse para não pular sobre ela. Isis desconfiava que, na verdade, aquele homem salivava pela inocente Alexa, só que ela não tinha noção do perigo real que corria perto daquele licantropo._ Cunhada, acho que as coisas não são tão simples _ disse Hatice, coçando o queixo num gesto pensativo.Hatice era rija, muito libidinosa e forte, mas com doçura e inteligência únicas. Sabia que aquelas lobas mirradas estavam sozinhas e perdidas no mundo, e que sua missão dada pela deusa Lua era cuidar delas e torná-las parceiras fortes de seus respectivos maridos. Isis já progredira muito; agora ca
Último capítulo