Ecos da Primeira Lua
O sol ainda não havia nascido quando despertei.
O céu lá fora era de um azul profundo, tingido por nuvens carregadas como véus de luto. A mansão dormia, mas eu não.
Algo dentro de mim havia mudado.
E não apenas meu corpo, ainda marcado pelo toque de dois alfas.
Marco dormia ao meu lado. Seu braço pesado envolvia minha cintura como se ainda me guardasse do mundo. Rafael repousava sobre a poltrona ao canto do quarto, apenas com uma manta cobrindo parte do corpo nu, a expressão serena… mas os olhos se abriram assim que me movi.
— Sonhou? — ele perguntou, a voz baixa e rouca.
— Não — sussurrei. — Mas ouvi.
A floresta está me chamando.
Rafael se levantou sem dizer mais nada. Estendeu a mão para mim. Peguei.
Marco abriu os olhos, o olhar embaciado pela semi vigília, mas a voz firme.
— Aonde vai?
— Aonde a minha alma exige — respondi, olhando-o com doçura. — Volto.
Mas algo está… me puxando.
Ele não discutiu. Apenas assentiu, como se soubesse que tentar impedir uma Luna