O Primeiro Confronto
A noite caiu pesada, mais escura do que de costume. Nem mesmo a lua parecia disposta a iluminar o céu, escondida atrås de nuvens espessas que se acumulavam como pressågio. Eu estava na varanda da mansão, sentindo o frio cortar a pele, quando ouvi o primeiro uivo.
NĂŁo era o uivo de um lobo comum. Era quebrado, distorcido, como se a garganta que o emitia estivesse rasgada por dentro. Meus ossos se arrepiaram e Selene se agitou em meu peito, rosnando, inquieta.
â Eles chegaram. â A voz de Rafael soou atrĂĄs de mim, baixa, firme, mas carregada de uma tensĂŁo que atĂ© ele nĂŁo conseguia esconder.
Marco jĂĄ estava na forma parcial, os olhos negros faiscando no escuro, os mĂșsculos mais largos, a respiração pesada. â Eu os sinto. O cheiro... â Ele aspirou o ar como uma fera â ...Ă© de carne queimada e sangue podre.
Do bosque, as sombras começaram a se mover. Primeiro, apenas olhos. Olhos vermelhos, faiscando no escuro como brasas vivas. Depois, corpos. Mas não eram lobos comuns