A Marca Que Arde na Alma
Naquela noite, depois do confronto, o mundo parecia ter perdido o fĂŽlego.
A floresta silenciou como se temesse pronunciar qualquer palavra que pudesse despertar o mal adormecido. A brisa, antes constante, havia sumido. As folhas pararam de dançar. E o luar, que antes nos abraçava como promessa, agora espreitava entre as nuvens, hesitante.
Levei Marco de volta Ă mansĂŁo com Rafael ao meu lado. Seus olhos estavam pesados, mas nĂŁo de cansaço. Estavam cheios de medo. E isso me dilacerava, pois Marco era feito de controle e força. VĂȘ-lo frĂĄgil, inseguro, tremendo sob o toque da sombra... era como assistir um Deus se curvar diante da prĂłpria ruĂna.
Dentro do quarto, deitei-o na cama. Rafael afastou-se respeitosamente, mas sem tirar os olhos dele. Algo nos ligava agora, um pacto silencioso que ia além da rivalidade. Ele não queria perder Marco. E nem eu.
Marco fechou os olhos por um instante, como se o peso do corpo fosse maior do que sua alma podia suportar. Sentei-m