A tarde morria lentamente, tingindo o céu de tons quentes — laranja, rosa, dourado — que se dissolviam nas águas calmas e salgadas do mar. Bruna e Jae-Hyun caminhavam sem pressa pela faixa de areia fina, os pés descalços marcando pegadas paralelas que logo eram apagadas pela carícia suave das ondas. O silêncio entre eles não era vazio: era confortável, íntimo, como um tecido leve que os envolvia, permitindo que respirassem no mesmo ritmo, ainda que os pensamentos seguissem caminhos distintos.
Jae-Hyun parou, curvou-se e pegou uma pequena pedra arredondada, atirando-a com precisão na superfície da água. Ela quicou três vezes antes de afundar, e ele sorriu, satisfeito. Bruna o observou, divertida, e então sentou-se sobre uma pedra grande, coberta por líquens e umidade, abraçando os joelhos com os braços, o queixo apoiado sobre eles.
Ele se aproximou devagar, sentando-se ao lado dela, tão perto que seus ombros quase se tocavam.
Por alguns segundos,