Bruna chegou em casa com os pés ainda úmidos da areia fina, sentindo os grãos colarem-se suavemente à pele. Passou pela porta de madeira entreaberta e, sem acender as luzes, deixou que o ambiente fosse iluminado apenas pela claridade filtrada do dia que avançava com preguiça.
Largou a bolsa sobre a poltrona, desamarrou os laços do vestido com um movimento fluido e deixou que ele deslizasse por seu corpo até repousar aos seus pés, como uma pele que já não servia. Seguiu nua pelo espaço, os cabelos desgrenhados ainda marcados pelo sal e pelo toque das mãos de Jae-Hyun. Sorriu sozinha ao lembrar-se da noite intensa, do modo como haviam explorado todos os limites daquele desejo até o cansaço os vencer.
Parou diante do espelho do corredor e observou o próprio reflexo com atenção — a pele ainda dourada do sol, as marcas sutis dos beijos e das carícias, os olhos mais vívidos, mais despertos. Ali, nua, percebeu-se diferente, como se algo silencioso e invisível estives