O dia nasceu devagar, como quem não queria interromper a noite que fora cúmplice de tanta entrega. A luz filtrava-se pelas frestas das janelas da palafita, desenhando listras douradas sobre o chão de madeira, aquecendo os corpos que ainda repousavam entrelaçados.
Bruna abriu os olhos aos poucos, sentindo o calor suave do sol misturado ao calor mais denso e íntimo do corpo de Jae-Hyun, ainda adormecido ao seu lado. Ele respirava profundamente, uma das mãos espalmadas sobre a curva da cintura dela, como se, mesmo inconsciente, não quisesse soltá-la.
Ela ficou ali, imóvel, por alguns instantes, ouvindo o som morno do mar batendo suavemente nos pilares da palafita, misturado ao ranger quase imperceptível das ripas de madeira que se dilatavam com a primeira carícia do sol.
O peito dela subia e descia em um ritmo tranquilo, diferente do compasso acelerado da noite anterior, quando os corpos haviam se procurado e se consumido em cada canto daquele espaço: so