O céu de Lisboa parecia conspirar com o caos que se instalava no coração de Luiza. As nuvens cinzentas pendiam baixas, espessas, como se fossem testemunhas silenciosas de tudo o que ela sentia: raiva, dor, humilhação, confusão. Ela estava sentada na varanda do apartamento da mãe, os olhos fixos no Tejo, mas a paisagem não acalmava nada. Não podia.
O livro estava sobre a mesa da sala, a capa brilhando como uma provocação silenciosa. Cada página folheada era uma lâmina cravando-se na sua memória. Palavras que deveriam ser suas, sua história, seu coração, estavam distorcidas, alteradas, manipuladas. Ela sabia que Apolo não faria isso de propósito, não depois de todo o tempo que compartilharam. Mas Brenda… Brenda havia mudado tudo.
O celular vibrava incessante. Notificações pipocavam sem parar: artigos, tweets, mensagens de leitores, manchetes chamando seu nome, imputando intenções que ela nunca tivera. “Autora manipula a própria história”, “Escândalo literário: traição emocional”, “Briga