Em outra tarde daquela mesma semana, uma estudante veterana de cabelos curtos e alaranjados se aproximou da mesa de Voss. Após uma breve reverência, entregou-lhe um pequeno pedaço de papel e saiu sem dizer uma palavra.
O professor arqueou uma sobrancelha, curioso. O bilhete estava dobrado com cuidado — e, no lugar do remetente, havia um pequeno desenho de um sorvete.
Ele girou o papel entre os dedos, como quem saboreia o mistério antes de abri-lo.
O simples esboço arrancou-lhe um sorriso de canto, que logo se transformou em uma risadinha leve.
— Hm… um sorvete, é? — murmurou, balançando a cabeça. — Só pode ser dela.
Desdobrou o bilhete e leu a mensagem com atenção. O sorriso se ampliou.
“Por favor, venha à minha sala de aula. É urgente.”
— “É urgente”, hein? — repetiu em voz alta, imitando o tom sério de Yaskara. — Agora fiquei curioso.
Ele se levantou da cadeira giratória, ajeitou o uniforme e colocou os óculos escuros — o habitual ar despreocupado voltando ao rosto.
— Bom… — comento