Lyria não dormiu.
Depois do teste, eles a levaram para um quarto pequeno dentro da fortaleza. Cama estreita, uma janela alta demais para ver qualquer coisa, uma mesa simples e nada que lembrasse “lar”. O medalhão não parou de vibrar a noite inteira.
Toda vez que ela fechava os olhos, via a mesma cena:
a mãe correndo, Kael criança, as sombras chegando.
Quando a porta se abriu, a luz cinza já denunciava o início do dia.
Kael entrou.
Ele parecia ter dormido menos que ela.
— Levanta — disse. — Começamos cedo.
Lyria estava sentada na beirada da cama, ainda com as roupas do teste.
— Achei que vocês iam me dar pelo menos um dia pra surtar — ela respondeu, seca.
— Se você tiver tempo pra surtar, eles têm tempo pra te encontrar — Kael retrucou. — Não temos esse luxo.
Ela ficou de pé.
— E o que exatamente vamos “começar”?
— O básico — ele disse. — Você precisa aprender três coisas antes de qualquer outra:
Não deixar o medalhão te dominar.
Não explodir tudo quando ficar com raiva.
Não acreditar