Paris. Palácio Beaumont. 23h52.

Só entra quem vale mais do que o prédio inteiro. Ou quem tem mais segredos do que seguidores.

Carros pretos alinham na entrada.

Paparazzi? Nenhum.

Aqui, quem tenta fotografar… some.

Porta giratória.

Tapete vinho.

Escadas de mármore negro.

Lustres que parecem arrancados do céu.

Dentro?

Um zoológico.

De homens ricos.

De mulheres caras.

De gente que não compra coisas — compra destinos.

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Valentina desce primeiro.

Vestido preto.

Fenda. Costas nuas.

Sem calcinha.

Salto que parece arma.

Cada passo ecoa como sentença.

Ela não anda. Ela desfila.

Ela não sorri. Ela provoca o universo inteiro só com um levantar de queixo.

Ao lado dela?

Dante Moreau.

Terno sob medida.

Gravata frouxa.

Relógio que vale um apartamento.

Olhar que vale mais do que a sanidade de quem cruza.

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O segurança na porta olha.

Analisa.

Inclina a cabeça.

— Senhor Moreau… bem-vindo.

Ele não responde.

Só passa.

Porque quem tem poder… não agradece.

Só entra.

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