Paris. Le Septième. 22h11.

Restaurante que não aparece no Google. Nem no GPS. Só no radar de quem tem mais segredos do que CPF.

Mesa reservada.

Privativa.

Vista pra Torre Eiffel.

Champanhe no balde.

Talheres de prata.

Guardanapos de linho mais caros que muito apartamento em São Paulo.

Dante puxa a cadeira.

Mas não como um cavalheiro.

Puxa como quem diz: “Senta. E lembra quem manda.”

Valentina desliza as mãos no vestido preto de seda, ajeita o blazer nos ombros, e senta.

Perna cruzada.

Queixo levemente inclinado.

Olhar que não sorri — provoca.

Ele senta.

De frente.

Postura impecável.

Mão no queixo.

Cotovelo apoiado.

Polegar passando nos lábios.

Aquele gesto que não sabe se é fome… ou tática pra deixar ela desconcentrada.

⸻

— Você gosta de Paris? — ele pergunta, sem realmente perguntar.

Ela pega a taça.

Gira o champanhe como se estivesse mexendo um feitiço.

— Paris gosta de mim. — sorri de canto. — Os homens daqui também.

Ele não reage.

Mas o músculo do maxilar dele salta.

Delícia.

— Im