Zurique, uma semana depois.
8h02.
MansĂŁo Moreau.
SilĂȘncio mortal â quebrado apenas pelo som de um telejornal que ninguĂ©m tem coragem de desligar.
A TV, presa na parede da sala de reuniÔes, mostra a mesma imagem hå dias:
Um helicóptero preto, pedaços de carcaça flutuando.
Mar aberto, cinza, devorando tudo.
HelicĂłpteros da guarda costeira sobrevoando a regiĂŁo, barcos de resgate riscando a ĂĄgua.
Nada. Nenhum corpo. Nenhuma prova de vida.
A manchete grita em letras brancas sobre fundo vermelho:
âMisterioso bilionĂĄrio francĂȘs desaparece apĂłs queda de helicĂłptero no MediterrĂąneo. Equipes nĂŁo encontram sobreviventes.â
Valentina estå sentada à mesa, cabelo preso num coque bagunçado, uma blusa de manga longa que não esconde a exaustão.
Na frente dela: Victor, de moletom rosa, segurando um copo de cafĂ© que ele nem bebe â sĂł segura como se fosse escudo.
No canto, Mireille. ImpecĂĄvel como sempre. Ăculos pendurados na ponta do nariz, um tablet na mĂŁo, lendo relatĂłrios de busca, relatĂłrios de satĂ©l