A orquestra começa um jazz moderno.
Veludo, prata, perfume francês e ego disfarçado de charme enchem o salão.
Valentina gira a taça de champanhe devagar.
Observa tudo.
Anota tudo.
Como uma dama…
Mas com olhos de estrategista.
— Dante. — uma voz surge às costas.
Ele vira.
O olhar endurece um pouco.
É ela.
Arielle Delacroix.
Francesa. Loira. Fria como mármore de cemitério rico.
Vestido azul marinho justo.
Joias discretas — mas cada uma com preço de carro importado.
Lábios pintados de vermelho escuro.
Sangue antigo. E ainda sedento.
Ela sorri como quem não superou.
— Preciso de você. Cinco minutos. Assunto de família. É urgente.
Dante hesita.
Mas vai.
Com um aceno para Valentina que diz: “Não demoro.”
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Do outro lado do salão,
Stellan observa.
Aproveita.
E se aproxima.
— Sozinha tão rápido? Ele costuma abandonar as mulheres assim ou você é exceção? — ele solta, com uma taça em cada mão.
Valentina gira o rosto.
Devagar. Preciso.
— Ele não me abandonou. Só foi