O céu estava carregado naquela noite, como se o mundo inteiro soubesse que algo estava prestes a desabar. Nuvens escuras se acumulavam sobre as árvores, e o uivo do vento parecia ecoar os pensamentos de Lia. Desde o retorno do coração da floresta, ela carregava o peso da escolha que não entendia completamente.
Etan dormia ao seu lado, a cabeça apoiada em seu colo, os traços suaves mesmo em meio a tantos perigos. Lia acariciava seus cabelos lentamente, perdida em pensamentos. A cada toque, uma memória. A cada memória, um medo. Se a ruptura profetizada fosse real, o que seria exigido dela? O que seria preciso sacrificar?
Um trovão ribombou ao longe. Lia se levantou sem acordar Etan, e seguiu para o antigo salão dos juramentos — uma construção ancestral cravada na pedra, onde os Ashford selavam decisões importantes. Lá, Helena, Miriam e os demais a aguardavam. Havia convocado uma reunião emergencial.
— Recebemos outro ataque — disse Jonas, com raiva nos olhos. — Na fronteira oeste. Mais