57. Mesa de café
A cafeteria interna da Constellation Global ficava em um canto estratégico do 15º andar — discreta, cercada por plantas ornamentais e com janelas que deixavam a luz suave atravessar as cortinas brancas. Àquela hora da manhã, havia poucas pessoas por ali. Era uma sexta-feira comum, mas a atmosfera já trazia o prenúncio de um fim de semana em ritmo desacelerado.
Isabela Duarte desceu até o café após encerrar uma revisão de pauta com a equipe de comunicação. Pretendia apenas tomar um cappuccino rápido antes de mergulhar na organização de um material visual para o Comitê de Diversidade. Mas, ao chegar, viu Rafael encostado no balcão de madeira clara, mexendo o café com um palitinho de bambu. Ele usava a camisa dobrada nos antebraços e o cabelo ligeiramente desalinhado, como quem já enfrentara uma manhã intensa.
— Isabela! — chamou ele, ao vê-la entrar.
Ela sorriu, surpresa. Havia se acostumado às interações espontâneas entre os dois, mas ainda assim, cada gesto vinha carregado de um cu