210. Confronto Privado
O corredor do prédio administrativo parecia mais frio do que de costume. As luzes fluorescentes refletiam no piso encerado, mas não dissipavam a tensão que Isabela sentia apertar seu peito. Cada passo ecoava com um misto de expectativa e frustração.
Ela havia marcado uma conversa com Rafael para o final da tarde — um momento reservado para expor sem rodeios tudo que passava pela cabeça desde a descoberta da cláusula abusiva. Precisava entender a real posição dele, especialmente depois da reunião tensa com o jurídico e a equipe de parcerias.
Rafael a aguardava no pequeno escritório junto à sala de reuniões, com os ombros ligeiramente curvados e o olhar cansado.
— Obrigada por aceitar conversar — Isabela começou, fechando a porta atrás de si. — Precisamos falar sobre essa cláusula, Rafael. Não posso simplesmente ignorar o que vi.
Ele suspirou fundo, esfregando as mãos.
— Eu sei. E você tem toda razão em se preocupar.
— Então por que, até agora, não agimos com a urgência que isso