Parte 3
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O quarto em silêncio
O relógio do quarto marcava o horário mas dentro daquele ambiente parecia que tempo tinha sido congelado. O tic-tac que soava não era o do relógio mais das batidas dos corações de Pedro e Isabela, era como se cada segundo fosse um martelo batendo no peito deles. Pedro estava sentado diante dela, os olhos fixos, as mãos entrelaçadas como quem se prepara para um julgamento.
— Isabela… — começou ele, a voz rouca, carregada de hesitação. — Eu sei que tipo de homem pareço ser quando conto todas as minhas fraquezas. Sei que pareço covarde. Mas eu cansei de ser esse homem.
Ela não respondeu. Apenas o encarava, tentando decifrar se aquelas palavras eram sinceras ou apenas mais uma armadilha.
— Para mudar de verdade — continuou Pedro — eu preciso deixar o passado para trás. Preciso ser honesto. E é por isso que você precisa ouvir tudo o que tenho a dizer, mesmo que doa.
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A primeira fissura
Pedro respirou fundo, como quem mergulha antes de atravessa