O domingo chegava ao fim com um céu pintado em tons de laranja e violeta. A cabana, envolta pela tranquilidade das montanhas, parecia resistir ao tempo. Lá dentro, Pedro e Isabela estavam em silêncio, sentados lado a lado na varanda, observando o horizonte como se tentassem congelar aquele momento.
A primeira fase do plano seria exposta na manhã seguinte. Os documentos que ligavam David a desvios financeiros e reuniões clandestinas já estavam prontos para serem enviados por canais anônimos. Era o início da queda. Mas, para Isabela, o que doía não era apenas deixar a cabana — era deixar o que ela havia encontrado ali.
— Eu não quero ir embora — disse ela, com a voz baixa, quase um sussurro.
Pedro olhou para ela, os olhos carregados de sentimento.
— Eu também não. Aqui... aqui tudo parece possível.
Isabela sorriu com tristeza.
— Esse lugar guarda um segredo agora. Um começo. Uma esperança. Eu não sei como vou fingir que não te amo. Que não me importo. Que não dói te ver ao lado de Sofia