O domingo amanheceu com o céu limpo, e a luz do sol invadia o escritório de Pedro com uma intensidade quase simbólica. Ele despertou lentamente, ainda vestido com a camisa do dia anterior, os pés descalços e o corpo curvado na poltrona de couro. A viagem ao país A havia sido exaustiva, e o retorno, embora esperado, não lhe trouxera a paz que imaginava.
Com os olhos ainda pesados, pegou o celular e viu a mensagem de Isabela.
“Pedro, recebi uma convocação urgente. Preciso me ausentar por tempo indeterminado. Assim que retornar, podemos reagendar a ida ao cartório. Mande o motorista com Ana, por favor.”
Pedro leu e releu. Sentiu um misto de surpresa e alívio. O divórcio, que parecia inevitável, estava mais uma vez adiado. Mas não por sua vontade — e sim por uma força externa, silenciosa, que parecia brincar com os fios do destino.
Ele respondeu com simplicidade:
“Está bem. Boa viagem.”
Mas Isabela não viu. Não naquele momento. O projeto secreto para o governo exigia sigilo absoluto. Ela