O auditório estava cheio. Pais, avós, irmãos e professores ocupavam cada fileira com expectativa e orgulho. As luzes suaves iluminavam o palco decorado com estrelas de papel e cortinas azuis. Era a noite da apresentação de Ana, e Pedro havia chegado cedo, como prometido. Vestia uma camisa clara, os cabelos penteados com cuidado, e trazia consigo uma ansiedade que não sabia nomear.
No segundo banco da terceira fileira, ele guardou um lugar ao seu lado. Era para Isabela. Mesmo sabendo que ela poderia não vir, ele quis acreditar. Quis dar espaço à esperança. Quis, por um instante, fingir que tudo ainda era possível.
Mas a mensagem chegou assim que ele se acomodou.
“Pedro, surgiu uma viagem urgente. Preciso resolver uma questão técnica da linguagem que estou desenvolvendo. Não poderei ir à apresentação. Boa sorte com Ana. Tire uma foto para mim.”
Pedro leu em silêncio. Sentiu o coração afundar. Não respondeu. Apenas guardou o celular no bolso e olhou para o palco vazio.
O lugar ao seu lad