O céu do resort amanhecia com tons de lavanda e dourado, como se o dia pedisse delicadeza. Isabela acordou cedo, mesmo sem ter dormido profundamente. A noite anterior havia deixado marcas sutis — não apenas pela presença inesperada de Sofia, mas pela sensação de que tudo que estava sendo construído com cuidado poderia desmoronar com um gesto impensado.
Ela se levantou, vestiu uma calça leve e uma blusa de linho, prendeu os cabelos em um coque simples e saiu para caminhar pelos jardins. Precisava respirar. Precisava pensar. Precisava, acima de tudo, se lembrar de quem era, longe dos olhares que tentavam defini-la.
Enquanto isso, Pedro acordava no quarto onde dormira com Ana. Sofia ainda dormia, e ele aproveitou o silêncio para observar a filha. Ana dormia com os braços abertos, o rosto tranquilo, como se o mundo fosse seguro. Pedro sentia que devia isso a ela — segurança, estabilidade, presença. Mas também sabia que, por mais que tentasse, havia coisas que escapavam de suas mãos.
Desce