O armazém no porto era um cenário de devastação. Fumaça ainda subia dos destroços, e o cheiro acre de pólvora misturava-se com o sal do mar, criando uma atmosfera que fazia Valentina lutar para não demonstrar o impacto que a violência causava em seus sentidos.
Maximiliano saiu do Bentley blindado como uma força da natureza, sua presença comandando respeito imediato de todos os homens reunidos. Valentina o seguiu, consciente dos olhares curiosos e ligeiramente desaprovadores dos soldados que nunca a haviam visto em uma operação.
— Romano, relatório. — Maximiliano ordenou, sua voz cortando o ar como uma lâmina.
— Quinze homens dos Morettis, chefe. Entraram às 2h30, mataram nossos guardas e levaram tudo. Foi rápido, profissional. — Romano, um homem baixo e atarracado com cicatrizes que contavam histórias de sobrevivência, gesticulava nervosamente. — Mas tem algo estranho…
— Fale.
— Eles deixaram isso. — Romano estendeu um envelope selado. — Dirigido à senhora.
O silêncio que se seguiu fo