Na noite seguinte na mansão Blackwood estava um silêncio pesado, interrompido apenas pelo som distante da chuva batendo nas janelas altas.
Valentina estava no berçário, embalando Sofia, quando sentiu uma presença às suas costas. O ar pareceu se tornar mais denso antes mesmo de ouvir a voz grave e baixa de Maximiliano.
— Está acordada demais para a hora que é — ele disse, aproximando-se lentamente, cada passo medido como o de um predador que não precisa correr para alcançar sua presa.
Ela olhou por cima do ombro. Ele estava impecável no terno escuro, molhado em alguns pontos pela chuva, os olhos azul-acinzentados fixos nela.
— Sofia ainda não dormiu — respondeu, tentando manter o tom neutro.
Maximiliano fechou a porta atrás de si e avançou até ficar a poucos centímetros dela. A mão grande pousou na curva da cintura, firme, sem pedir permissão.
— Eu disse que cuidaria de tudo. Mas você insiste em carregar o mundo nos ombros… — ele murmurou, aproximando o rosto do dela. — Isso me irrita