Beatrice D’Ambrosio
O portão de ferro da mansão D’Ambrosio abriu com o mesmo ranger metálico que eu conhecia desde criança. Jarbas desacelerou, e eu pude ver a fachada imponente se aproximando a mesma que tantas vezes me fez sentir pequena, insignificante. Aquela casa não era apenas uma construção; era um monumento à frieza calculada da minha mãe.
Desci do carro com passos firmes, sentindo o cheiro familiar de gardênias no ar. Os jardins estavam perfeitamente aparados, como sempre, cada flor milimetricamente posicionada para impressionar qualquer visitante. A perfeição era a regra ali. E, como sempre, minha mãe era o seu exemplo máximo.
Quando entrei no salão principal, lá estava ela. Eleomara D’Ambrosio, sentada em uma poltrona de veludo verde-musgo, usando um conjunto de seda cinza-pérola, colar de pérolas perfeitamente alinhadas no pescoço. O cabelo, impecavelmente preso, sem um fio fora do lugar. Era difícil acreditar que o corpo dela estava perdendo a batalha contra o tempo e a