O relógio marcava 3:17h da madrugada quando o silêncio tomou conta da sala, interrompido apenas pelo leve estalar da vela aromática ainda acesa sobre a mesa lateral. A taça de vinho, esquecida sobre o braço do sofá, mantinha um fio rubro no fundo, refletindo a luz bruxuleante como um segredo à espera de ser revelado.
Estávamos ali, sentados lado a lado, nossos corpos ainda aquecidos pelo calor do toque, mas agora em um momento mais calmo. Eu tinha a cabeça recostada no ombro de Dante, e ele traçava lentamente linhas invisíveis na minha coxa com a ponta dos dedos, como se contasse uma história muda. Nossos corpos estavam relaxados, mas nossas mentes pareciam inquietas, nadando por mares mais profundos do que apenas o desejo da noite.
— Sabe o que é mais difícil no amor? — perguntei, sem mover o corpo.
— Intuir o momento exato de ficar... ou de ir embora — respondeu ele sem hesitar.
Virei o rosto para encará-lo. Seus olhos castanhos estavam mais suaves, mas não menos intensos. Havia alg