Laura Monteiro
Nunca imaginei que, um dia, escreveria sobre a minha melhor amiga como se ela fosse um enigma a ser desvendado. Mas ali estava eu, diante da tela em branco do meu notebook na redação da Revista Lux, encarregada de escrever o perfil da mulher mais comentada do país: Beatrice Marchesi.
A matéria de capa não veio por acaso. Desde que ela retornou ao Brasil, a Phoenix Group virou o centro das atenções. Negócios bilionários, contratos públicos, alianças estratégicas. E no meio de tudo isso, aquela mulher que eu conhecia desde os tempos da infância. A mulher que dividia comigo todos os seus planos, inclusive quando largou tudo por amor.
— Está pronta para o ensaio? — Theo perguntou, surgindo atrás de mim com sua câmera pendurada no pescoço e um ar de tédio proposital.
Revirei os olhos.
— Só se você prometer não tratá-la como um produto de vitrine.
— E você vai tratá-la como o quê? Uma santa? — rebateu ele provocador. — Olha, eu já fotografei muita gente poderosa, mas essa mul