O sol da manhã filtrava-se pelas grandes janelas da mansão, mas, em meu coração, ainda pairavam sombras. A caixa com as cartas da minha mãe, agora sob os cuidados de Elena, repousava no escritório, como uma bomba prestes a explodir. O peso daquelas palavras não me deixava em paz, e os meus olhos estavam cansados, mas o pensamento nunca cessava. Uma inquietação maior do que qualquer outra sensação dominava meu ser, e eu sabia que precisaria encarar aquilo de uma vez por todas.
Enzo foi quem me trouxe de volta à realidade. Sua voz suave, quase um sussurro, cortou o silêncio de minha mente e meu corpo.— Anna… — ele disse, entrando no quarto com uma bandeja de café da manhã, seu olhar preocupando-se comigo.— Você precisa se alimentar. Por você e por nosso filho.Seus olhos eram intensos, e sua preocupação era palpável, mas algo dentro de mim se sentia distante, como se estivesse em outro lugar. Sentada à mesa, meus olhos fixos no relógio antigo sobr