Olhos que não deveriam ver

A noite caiu sobre a mansão Montanari como um véu pesado, carregado de silêncios e presságios. As sombras dançavam nas paredes, e embora Enzo dormisse ao meu lado, embalado pelo cansaço, minha mente permanecia desperta, febril. Fechei os olhos, mas o sono veio de forma abrupta, como um abismo que me puxava.

E então eu sonhei.

Estava em um jardim desconhecido, envolto por névoa. O ar era morno, doce, e uma brisa suave fazia as folhas suspirarem. No centro, havia uma criança, uma menina de cabelos escuros como a noite e olhos âmbar esverdeados, intensos como o âmbar queimado. Aqueles olhos. Meu coração falhou uma batida.

Ela me olhava com serenidade, como se me conhecesse desde sempre. Seus lábios se curvaram num sorriso tímido, e ela se aproximou, estendendo sua pequena mão em minha direção.

— Mamãe... — disse ela, e sua voz era como música abafada pela água, distante e ainda assim clara.

Ajoelhei-me diante dela, tocando seu rosto com reve
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