— Pensei que fosses fazer algo típico do Paquistão — disse a mulher que vestia um quimono de cetim, gozando enquanto comia ovos escalfados. Estavam sentados frente a frente. Ele, apenas de boxers.
— Faço melhor comida saudável e cheia de proteína — respondeu, antes de olhá-la.
— E comida paquistanesa não é saudável? — deu de ombros.
O homem apenas abanou a cabeça. A sua aparência já devia explicar por si só que ele toma conta da sua saúde alimentar e leva isso muito a sério.
— Passei a maior parte da minha vida no Paquistão. E a quantidade de colesterol e açúcar de lá deveria ser considerada ilegal — disse sem pensar muito. Sentiu a própria apreensão na voz, e como suas feições mudaram ao lembrar de coisas que não queria lembrar.
Elias nunca gostou de falar sobre sua proveniência ou explicar por que estava ali.
O celular dele tocou de novo. Ele apenas desligou, sem sequer olhar para o ecrã.
— Mmmh... — Fátima o observou. Notara, ainda no hotel, como o tema da descendência dele o deixa