A luz da manhã na Sala 7 não era natural. Era a luz fria e constante das telas, que não conhecia amanhecer ou entardecer.
Isla estava no seu canto, o mesmo do dia anterior, mas o ar era diferente. Mais denso. Carregado de uma energia de alerta. Ninguém falava. Todos os olhos estavam fixos na tela principal, onde, ao lado de gráficos financeiros, um artigo jurídico era exibido.
“AÇÃO 7344/2023: K.A.L. vs. HOLDING T – ALEGAÇÕES DE PRÁTICAS PREDATÓRIAS E COERÇÃO ECONÔMICA”
O nome estava abreviado. O da holding, oculto. Mas Isla reconheceu cada detalhe. O número do processo tinha o mesmo padrão dos que vira no dossiê da Confeitaria Dulce. A linguagem usada para descrever as táticas de aquisição era uma descrição exata do que Ezra explicara na véspera: compra de dívidas, pressão sobre herdeiros, isolamento.
Um dos analistas jurídicos da equipe, um homem de óculos e voz monótona, falou.
“Ruído midiático baixo.O juiz é técnico. As alegações são genéricas. Sem provas de dolo, é apenas um proc