O relógio marcava pouco mais das três da tarde quando Mila surgiu no escritório, trajando um vestido justo, salto alto e o mesmo perfume que Harper costumava usar — um aroma doce, amadeirado, impossível de ignorar.
Eros levantou o olhar de seus papéis e seu semblante imediatamente se fechou.
— O que está fazendo aqui? — sua voz saiu fria, cortante.
— Achei que... depois da nossa noite... que talvez estivéssemos bem de novo. — ela se aproximou com um sorriso tímido, os olhos brilhando de esperança. — Eu senti que você ainda me quer.
Eros se levantou da cadeira com um movimento brusco, o maxilar tenso.
—Noite? Mila, eu estava bêbado. Nem sabia onde estava. E você se aproveitou disso pra deitar ao meu lado fingindo ser outra pessoa?
— Eu não fingi nada! Você...
— Você usou o perfume dela. — interrompeu, com os olhos estreitos. — Acha que eu sou burro?
Ela se calou, engolindo seco.
— Nunca te amei, Mila. E não vai ser agora. Não importa o quanto force uma história que nunca existi