CAMILA NOGUEIRA
A cama estava fria ao meu lado.
Eu me mexi no meio da noite, ou talvez já fosse de manhã, buscando instintivamente o calor do corpo de Arthur. Meu braço estendeu-se sobre o lençol vazio, encontrando apenas o vazio.
Abri os olhos. O quarto estava mergulhado naquela penumbra cinzenta que precede o amanhecer. Pierre ainda roncava baixinho aos pés da cama, alheio a tudo.
Arthur não estava lá.
Sentei-me, o cobertor caindo em meu colo. Uma pontada de inquietação me atingiu ao ver que ainda estava escuro. Onde ele estava?
— Arthur? — chamei com minha voz sonolenta.
Sem resposta. Apenas o ronco de Pierre.
Levantei-me, sentindo o chão gelado sob meus pés descalços. Fui até o banheiro. Vazio. Saí do quarto, descendo o corredor até o escritório dele. A porta estava entreaberta.
— Arthur?
Entrei. A cadeira de couro estava vazia e o computador, desligado.
Eu estava indo em direção à cozinha, pensando em verificar a garagem, quando o vi. Ele estava na sala de estar.
Não a sala de v