CAMILA NOGUEIRA
— ...Eu te amo.
Ah, droga...
O jazz suave que tocava nos alto-falantes de repente pareceu alto demais. O ar frio da noite, que eu não tinha notado, de repente fez minha pele nua se arrepiar. Eu o encarei. Esse homem perfeito tinha acabado de dizer que me amava. E meu cérebro deu tela azul.
O que eu deveria dizer? "Obrigada"? "Eu também"? Eu o amo? Eu estava... perto. Muito perto. Mas dizer isso em voz alta tornaria irrevogável.
— Hum, eu... — gaguejei. — Arthur, eu... é que...
Eu tentei me mexer, precisava sentar, Arthur viu o pânico em meus olhos. Mas, em vez de ficar com raiva, ou desapontado, ou frio... ele riu.
Ele rolou para o lado, puxando-me com ele, aninhando-me contra seu peito, enrolando-nos no cobertor.
Ele me beijou, não na boca, mas na minha testa.
— Está tudo bem, minha rainha — ele murmurou, a voz cheia de uma ternura que me desarmou. — Eu não estava esperando que você se apaixonasse por mim tão rápido. E está tudo bem. Eu só... queria parar de esconder