CAMILA NOGUEIRA
Lúcia me sacudiu de novo, suas unhas cravando no meu braço com força de louca.
— O que vocês fizeram com ele?!
Com uma força que eu não sabia que tinha, agarrei o pulso dela e arranquei sua mão do meu braço.
Eu a empurrei para trás, fazendo-a tropeçar contra o pilar de concreto.
— Me solta! — ordenei, minha voz baixa e trêmula de raiva, não de medo. — Você está louca? Se o seu amante está dando um perdido em você, a culpa não é minha!
— "Dando um perdido"? — ela repetiu, o veneno pingando de sua voz e aquele brilho de víbora voltou aos seus olhos. — Você acha que eu sou estúpida?
Ela se lançou sobre mim de novo, agarrando não apenas meu braço, mas a frente da minha camiseta, me prendendo contra o pilar.
— Você pode não saber, sua vadiazinha, mas eu sei que o seu marido sabe!
— Do que você está falando?
— Eu encontrei o carro dele! — ela gritou, o hálito quente e alcoólico batendo no meu rosto. — O carro do Felipe! Abandonado! Na frente da porra da sua faculda