ARTHUR VASCONCELOS
O sol da tarde de São Paulo mal penetrava as janelas do escritório. Amália, moveu-se como um fantasma, colocando um envelope pardo sobre a mesa sem fazer um único som, e desapareceu como se nunca tivesse existido.
Abri o envelope com um movimento rápido. Dentro, havia um relatório.
Motorista: Josué da Silva Ferreira.
Um histórico patético. Três condenações por dirigir embriagado nos últimos quatro anos. Carteira de motorista cassada permanentemente e mesmo assim ele estava dirigindo por aí.
Endereço em um aglomerado de casas em Itaquera. SUV blindado, preto, modelo do ano. Encontrado abandonado e incendiado em um terreno baldio em Diadema às três da manhã. O chassi estava raspado, mas minha equipe forense era melhor que a da polícia.
As peças não se encaixavam. Um bêbado de Itaquera, cuja renda mensal mal devia pagar a cachaça que bebia, dirigindo um SUV blindado?
A polícia de São Paulo classificaria isso como um atropelamento e fuga aleatório. A polícia de S