CAMILA NOGUEIRA
Abri os olhos, sentindo meu corpo inteiro feito de dor latejante. O quadril, o pulso, a bochecha... tudo doía.
E eu não estava sozinha.
Uma mulher de uniforme branco estava ao lado da minha cama, ajustando um suporte de soro que eu nem sabia por que estava ali.
— Bom dia, Sra. Vasconcelos. — sua voz era profissional, mas gentil. — Como está se sentindo? Meu nome é Célia, sou sua enfermeira particular.
— Enfermeira? — minha voz saiu rouca. — Eu... eu não preciso de uma enfermeira. O médico disse...
— O Senhor Vasconcelos insiste. — Ela pegou meu pulso saudável e checou o relógio. — Ele instruiu que seus sinais vitais sejam verificados de hora em hora e que você não deve, sob nenhuma circunstância, colocar peso sobre o quadril direito. Ele foi bem claro.
Eu não fui apenas "aconselhada" a descansar. Eu fui colocada sob vigilância.
Olhei ao redor e notei que ao lado da minha cama, havia uma bandeja médica, garrafas de água importada e uma campainha.
— Onde... onde ele está