ARTHUR VASCONCELOS
Alguns segundos depois, a porta do meu escritório se abriu.
Lúcia Marques entrou. Ela estava vestida para matar, com um vestido vermelho justo demais, saltos altos demais, o perfume enjoativo enchendo minha sala. Ela sorriu para mim, um sorriso que deveria ser sedutor, mas era apenas presunçoso.
— Arthur, querido. Que dificuldade para conseguir te ver.
Amália fechou a porta atrás dela, deixando-nos a sós.
Eu não me levantei. Apenas indiquei a cadeira à minha frente com um gesto de cabeça.
— Senhora Marques.
— Oh, por favor, Arthur. "Senhora Marques"? — ela riu, sentando-se e cruzando as pernas lentamente, um movimento calculado para me mostrar... o quê? Eu já tinha visto melhores. Minha esposa por exemplo, tinha as pernas mais bonitas que já tive o prazer de ver. — Depois de tudo o que fizemos juntos. Nós somos amigo.
— Nós tínhamos uma transação, Lúcia — corrigi. — Você recebeu seu pagamento. O que você quer?
— Sempre tão direto — ela fez um beicinho, acredite, era