CAMILA NOGUEIRA

Depois que Cecília saiu, levando sua energia contagiante e seu perfume de gardênia, a casa pareceu mergulhar de volta em seu silêncio habitual. Mas para mim, o silêncio não era mais pacífico. Estava cheio de perguntas.

Anabela.

Um nome. Um fantasma. Uma noiva morta que não estava realmente morta, já que o corpo não confirmava isso.

"O carro estava na represa. Mas ela não."

Passei horas no chão da sala, com Pierre, tentando não pensar. Tentei me concentrar na sensação do pelo macio dele, na sua respiração quente e rítmica.

Mas a história de Cecília...

Será que ele pensava nela? Ele a amou? Ele ainda a amava?

Pierre soltou um ganido baixo, como se sentisse meu medo, e lambeu minha mão.

— Tá tudo bem, garoto.

Eu estava me sentindo uma substituta. A "noiva viva" que Cecília estava tão ansiosa para exibir, como se provasse que seu filho não era amaldiçoado.

"Ele disse: 'Eu vou me casar com ela. E se não for ela, não será ninguém.'"

Eu estava no quarto quando ouvi o som d