Ele parou ao lado da cama, fitando minha avó por longos segundos antes de quebrar o silêncio com a voz baixa, quase um sussurro:
— Essa é a sua avó?
Olhei para ela, tão frágil ali diante de nós, e depois voltei o olhar para ele, engolindo a emoção que me apertava a garganta.
— Sim… ela é a melhor pessoa que existe neste mundo. — Minha voz falhou um pouco, mas não tentei esconder. — Se você a conhecesse, entenderia o que estou dizendo. Ela tem um coração enorme, Gael. Sempre foi o meu porto seguro. Tudo o que sou, devo a ela.
Por um instante, pensei que ele se manteria distante, como fazia sempre que o assunto tocava em algo mais profundo. Mas, ao contrário, assentiu levemente, os olhos ainda fixos na minha avó.
— Então em breve vou conhecer melhor essa mulher. — disse com uma firmeza que me pegou desprevenida.
Não soube se aquilo era apenas uma forma de me consolar ou uma promessa verdadeira, mas antes que pudesse questioná-lo, a angústia que vinha guardando escapou sem controle.