Gael Lubianco
Hoje era um dia importante, talvez um dos mais importantes da minha vida. O tipo de dia que a gente espera e teme ao mesmo tempo. A sala do advogado parecia pequena demais para o peso que havia no ar. As paredes pareciam se fechar em volta de mim enquanto o envelope branco, sobre a mesa, esperava para ser aberto.
Depois de anos com aquela dúvida corroendo por dentro, finalmente eu iria descobrir a verdade: os gêmeos eram meus filhos… ou do meu pai?
Respirei fundo algumas vezes, tentando acalmar a ansiedade, e pedi que meu pai abrisse o envelope. Eu simplesmente não tinha coragem. Meu coração batia tão forte que o som parecia ecoar pelos ouvidos. Queria acreditar que eles eram meus. Queria, de todo jeito, que o amor que eu sentia por aquelas duas pestinhas não fosse manchado por uma dúvida cruel.
Meu pai abriu o envelope com calma demais para o meu gosto. A cada segundo que ele demorava para falar, mais eu me sentia sufocado. Ele leu a folha atentamente, sem esboçar nenh