Eu estava preocupado. Muito preocupado com Soo-ah.
Essa mulher que surgira do nada, com sua voz ameaçadora e fria ao telefone, havia desenterrado um passado que nem Soo-ah sabia que existia. E agora, tudo à nossa volta parecia desmoronar como um castelo de cartas.
As acusações contra ela eram absurdas. Dizer que Soo-ah havia mandado matar os pais adotivos, o senhor Bong, a mãe de Tae-ho... era impensável. Mas os detalhes que essa mulher conhecia — sobre os crimes, sobre nossos acordos, sobre os sentimentos de Tae-ho por mim — me deixavam inquieto. Ela sabia demais. Demais para ser apenas uma lunática tentando nos assustar.
E havia mais. A carta deixada pelo senhor Bong... aquela maldita carta.
Ele afirmava que uma filha do seu primeiro casamento — uma filha que ninguém conhecia — estava por trás de tudo. Uma filha que ele abandonou quando criança. Uma filha que ele trocou por um filho que nunca existiu, porque acreditava que Tae-ho era um menino. Essa filha cresceu com ódio. Ódio sufi