Pelo o olhar do meu pai, assim que ele me viu entrar na sala, ele já sabia que a polícia havia descoberto sobre a visita dele ao pai de Soo-ah no dia dos assassinatos.
A tensão no ar era espessa, e meu coração pesava como chumbo.
— A detetive Ro-um me contou — falei com calma, mas firme. — Ela vai procurá-lo para interrogar.
Ele não respondeu de imediato. Apenas desviou o olhar e engoliu em seco. Eu, no entanto, não tinha dúvidas dentro de mim. Por mais complicado que tudo estivesse, jamais acreditaria que meu pai fosse capaz de matar alguém — muito menos os pais e o tio da mulher com quem eu ia me casar.
— Pode me dizer, pai — insisti, encarando-o — por que foi ver o pai de Soo-ah?
— Foi a polícia que te disse?
— Sim. A detetive teve acesso a uma filmagem de um carro estacionado em frente ao prédio. Você aparece entrando no prédio, às dezoito horas.
Ele soltou um longo suspiro. Depois, se levantou, esbarrando levemente em mim. Mãos nos bolsos, olhar fixo no chão, e uma amargura na vo