Desde que Soo-ah começou a trabalhar na empresa, minha rotina deixou de ser previsível. Tudo que antes era meticulosamente organizado, cronometrado, até mesmo entediante... agora parecia levemente fora de eixo. Mas não de um jeito ruim. Era como se, finalmente, alguma parte dormente da minha vida tivesse acordado.
Não sou o tipo de homem que se distrai fácil. Sempre fui metódico, silencioso, objetivo. Os funcionários sabem: gosto de pontualidade, descrição e foco. Mas bastou aquela garota pisar pela primeira vez com seu uniforme simples e um sorriso tímido nos lábios, para que os olhares começassem a se voltar. Inclusive os meus.
No primeiro dia, Soo-ah se atrapalhou ao servir café. Tremeu a mão, derramou um pouco na mesa de reuniões e pediu desculpas tantas vezes que eu quase ri — e eu não rio em reuniões.
Go-eun me lançou um olhar atravessado, como se dissesse: “Eu avisei”. E talvez tenha avisado mesmo. Mas eu estava pouco me importando.
Passei a observá-la mais do que deveria. Fing