Mundo ficciónIniciar sesiónHailey passou a vida marcada por sangue e perda. Ainda criança, viu seu clã ser massacrado em uma guerra por território. A única lembrança que carrega é o nome dos responsáveis: os Blood Moon. Criada entre orfanatos e fugas constantes, ela aprendeu a sobreviver sozinha, cultivando apenas um propósito — vingar sua família. Quando completa dezoito anos e sua loba desperta, Hailey inicia sua caçada. Descobre que o clã inimigo não apenas prosperou com as terras roubadas, como é liderado por Hunter Blood Moon, o jovem alfa tão temido por sua crueldade quanto conhecido por seu charme perigoso. Determinada a destruir o homem que representa tudo o que ela odeia, Hailey se infiltra em seu mundo. Mas, no momento em que finalmente o encara, um choque impossível acontece: o destino a marca como parceira do próprio inimigo. Agora, dividida entre o juramento de vingança e o laço inquebrável que a conecta ao alfa, Hailey terá de escolher: honrar o sangue de seu clã... ou entregar-se ao fogo proibido que ameaça consumir seu coração.
Leer másHailey SilverStar
Aqueles saltos eram terríveis. Não conseguia imaginar como alguém tinha coragem de usá-los por puro prazer. Cada passo era um lembrete de que aquele disfarce não era para mim, mas fazia parte do plano.
O clube estava lotado, a música tão alta que parecia querer me expulsar de volta para a rua. O ar era espesso com perfume caro, álcool e luxúria, e as luzes dançavam no ritmo frenético dos corpos que se chocavam na pista. Não era o tipo de lugar em que eu queria estar, mas era ali que ele estaria.
Estava todas as noites de sexta-feira, depois do expediente. Fácil e previsivel demais para um alfa.
Hunter Blood Moon.
O alfa que carregava o nome do clã que destruiu o meu. O homem que eu deveria matar.Passei pelos seguranças fingindo uma confiança que não sentia, com o queixo erguido e um sorriso calculado, estufei o peito exibindo o deconte e um olhar indecente. Eles não barrariam umas loba bonita que poderia interessar ao alfa.
Aprendi desde cedo que fingir fazia parte da sobrevivência. Nos orfanatos, nas fugas, nas ruas. Sempre mascarando o medo, sempre engolindo o ódio até que se tornasse parte de mim.
Meus olhos varreram o salão. O nome dele corria de boca em boca como uma promessa e uma ameaça. O badboy, o dono da noite, o alfa intocável. Algumas mulheres riam alto, competindo por sua atenção, e eu as odiei em silêncio. Mal sabiam que o homem que desejavam era um assassino e que naquela noite eu seria o fim dele.
Segui em direção ao bar. Pedi um drink apenas para ter algo nas mãos, para parecer parte da cena. Meu coração martelava contra as costelas, não pelo nervosismo de estar ali, mas pela proximidade da vingança.
Olhei em volta, tentando adivinhar quem ele poderia ser. Apesar do meu contato ter dito que Hunter sempre estava naquela boate, celulares e cameras era absolutamente proibidos. Não dava para saber como ele se parecia, além de ter cabelos escuros e olhos verdes como esmeralda.
Então senti.
Um arrepio na pele, como eletricidade. Minha loba se agitou dentro de mim, inquieta, feroz, como se tivesse reconhecido algo que eu ainda não via.E quando levantei os olhos, ele estava lá.
Hunter.Quer dizer, Encostado em um sofá de couro, rindo com um grupo de amigos, rodeado por mulheres que pareciam dispostas a se ajoelhar diante dele. Alto, com aquele ar de poder natural que ninguém poderia fingir. O tipo de homem que dominava o ambiente sem precisar dizer uma palavra.
Eu deveria odiá-lo. Eu odiava.
Mas meus olhos o encontrar pela primeira vez, o mundo pareceu parar.O choque me atravessou como fogo líquido.
Minha loba rugiu dentro de mim, e a palavra proibida ecoou em minha mente:Parceiro.
O impacto do rosnado dela me pegou tão de surpresa que deixei meu copo cair.As pessoas ao meu redor se sobressaltaram e me encararam surpresas.
Merda, a ultima coisa que eu queria era ser notada. Há dez minutos meu plano era se aproximar dele o suficiente para afundar minha adaga lunar no coração dele. Mas agora...
Olhei por cima do ombro e notei que com a movimentação agora Hunter me olhava. Mesmo a distancia, seus olhos brilharam.
“ Parceiro! Vá até lá Hailey.” rosnou minha loba.
“ Enlouqueceu? Ele é do clã que destruiu o nosso povo,matou mamãe e papai. Ele não pode ser aquele destinado a nós.”
Girei nos calcanhares, ignorando os olhares curiosos, e me enfiei no corredor estreito que levava aos sanitários. O coração martelava contra minhas costelas. Eu precisava pensar, recuperar o controle antes que fosse tarde demais.
Toda a confiança que eu sentira ao me arrumar para ir até ali se esvaiu, e agora eu era novamente uma filhote de seis anos, amedrontada, escondida dentro do guarda-roupa enquanto ouvia os sons de luta e o Clã Blood Moon assassinava o meu povo na calada da noite.
Fechei a porta do sanitário e, por um instante, o tempo se curvou. Vi minha mãe diante de mim, os olhos cheios de medo e coragem, empurrando-me para dentro do guarda-roupa.
— Fique quietinha, meu amor… não faça barulho. Eu volto logo — sussurrou.
Ela nunca voltou.
O eco de sua promessa se tornou meu fantasma. Cada batida do meu coração carregava o peso daquela noite, a lembrança do som do sangue derramado e do silêncio que se seguiu. Cresci com isso gravado na pele, na alma… e com uma fúria que nem o tempo poderia apagar.
Agora, ali, eu estava novamente me escondendo dos Blood Moon, porque fui imprudente o suficiente para não calcular o que poderia dar errado. Eu estava tão certa de que conseguiria matar Hunter assim que o visse.
“ Não pode matá-lo” rosnou minha loba dentro de mim.
“Amala. É só um lobo! O que quer que eu faça, vá até lá e tenha filhotes com ele? Sou a última da minha linhagem. Seria como trair todo o meu povo” respondi, quase sem fôlego, lutando contra a confusão que me consumia.
Então ouvi vozes femininas se aproximando, sussurrando e rindo.
— Você viu aquela garota? — uma delas disse. — O que Hunter quer com ela? Olha a maquiagem dela… Garota estranha.
— Ele disse para James trazê-la até ele, dá pra acreditar? — respondeu outra.
— Você vai ser a Luna do Clã Blood Moon, Layla. Não está na hora de fazer ele te reivindicar?
— E como acha que vou fazer isso? Hunter só faz o que quer — rebateu a primeira.
— Porque não diz que está grávida dele?
— Ele é o alfa. Se eu estivesse grávida, ele sentiria o barulho e o cheiro do filhote dentro de mim — disse a segunda, com desdém.
— Você ouviu o que o Xamã disse? — a primeira continuou, baixando a voz. — Hunter está prestes a encontrar a parceira destinada a ele. Quando isso acontecer… acabou. Você nunca vai se tornar Luna.
— Fica tranquila Ashley, hoje no aniversario de Hunter eu tenho presente perfeito para ele. Depois dessa noite ele vai me fazer Luna.
Esperei. Quando as vozes se afastaram, sai do banheiro.
Me encarei no espelho por um momento, tentando processar tudo aquilo. Sem querer, eu tinha conseguido informações importantes. Precisava organizar os pensamentos.
Era aniversário de Hunter; isso me daria a justificativa perfeita caso alguém perguntasse o que eu estava fazendo ali. E também… minha maquiagem nem estava tão ruim assim. Eu havia assistido a uma dezena de tutoriais.
Tá, talvez eu tivesse exagerado um pouco no blush.
Minha próxima grande questão era: se Hunter se vinculasse a outra loba, minhas chances de me aproximar dele acabariam. Então, eu precisava agir logo.
Saí do banheiro, pronta para ir até ele. Seria a minha chance… ou a minha morte iminente. Eu ainda não tinha certeza.
O cara ruivo estava encostado em uma parede, de frente para o banheiro, braços cruzados. Meneou um sorriso ao me ver.
— Não lembro de você na lista de convidados — disse ele.
— Eu vim encontrar uma amiga.
— Sei… Não posso te culpar. Todas as lobas da cidade estão decididas a provar que são a fêmea destinada de Hunter. Ele até se ofereceu para te pagar outra bebida.
Ponderei. Eu não poderia parecer desesperada.
— Diga ao Hunter… hum… qual é o seu nome mesmo?
— Beta James.
— Beta James… que eu não estou interessada — disse, me afastando com um leve sorriso calculado.
— Se eu fosse você… hum… qual é o seu nome mesmo?
— Hailey.
— Hailey do quê? — ele perguntou. Eu não poderia dizer meu verdadeiro sobrenome, se não seria desmascarada. Então usei o sobrenome falso que sempre utilizava, de uma matilha que não existia há muito tempo.
— Hailey Nightfall.
— O que disse? — a voz de James soou baixa, perigosa. Me virei para encará-lo.
— Hailey Nightfall.
— Uma Nightfall? Achei que não existissem mais.
Ele estreitou os olhos, estudando cada detalhe do meu rosto, e por um instante, senti o peso do olhar de um lobo que percebia mais do que deveria.
— Então você é nova na cidade, Hailey Nightfall — disse finalmente, com um meio sorriso enigmático. — Não se preocupe, vou avisar Hunter sobre você…pessoalmente.
Meu coração disparou, mas mantive a postura. Um passo em falso, e todo o meu plano de vingança poderia ir por água abaixo.
Enquanto ele se afastava, encostando-se à lateral do salão, tentei controlar a respiração. Agora era questão de segundos. Eu precisava chegar até Hunter antes que qualquer outra loba tivesse a chance de se aproximar dele.
E lá estava ele, mais próximo do que eu imaginava, rindo com os amigos, a presença dele preenchendo todo o centro da boate. Cada músculo do meu corpo se tensionou, cada instinto da minha loba gritava para me alertar, mas eu precisava controlar o impulso.
Respirei fundo, ajustei o vestido e dei o primeiro passo em direção ao alfa…
Christopher Red RiverQuase joguei o aparelho no chão quando vi a notificação. Passei a semana inteira esperando por um contato de Safira, mas ela me ignorava completamente.Quando pedi que se vinculasse a mim, não houve resposta. Ela permaneceu em silêncio, imóvel, e depois saiu da sala sem sequer me encarar. Os pais dela disseram que permitiriam, mas ela… ela não me deu nem uma olhada.Eu sabia que estava três anos atrasado, que a vida dela havia mudado muito desde então, mas ainda assim… não esperava ser rejeitado daquela forma. O silêncio dela queimava mais que qualquer palavra.A ideia da minha mãe era genial: recuperar o dinheiro do nosso clã com feiras gastronômicas. Ela tinha algumas economias e investiu nas barracas — e eu, sinceramente, não acreditava que aquilo daria certo. Cada membro do clã contribuiu com alguma coisa: comida, artesanato, bebidas. O objetivo era simples — gerar lucro suficiente para encher os cofres do clã e garantir dinheiro para todos.Enquanto ajudava
Safira WhitlockEu me sentia fraca. Frágil. Inútil.Senti-me suja — e, pela primeira vez em muito tempo, comecei a acreditar em tudo o que diziam sobre mim.Tudo por causa de um comentário tolo, um murmúrio que em outras circunstâncias teria passado despercebido. Mas eu sabia o motivo.Fazia uma semana que Christopher havia ido até meus pais e me pedira para ser a fêmea dele.Três anos antes, quando ele me rejeitou, achei que aquele seria o fim da minha história com ele. Achei que jamais voltaria a encará-lo sem sentir o gosto metálico da humilhação e da raiva queimando minha boca.Mas ele voltou.Voltou diferente. Mais calado, mais contido — e, pela primeira vez, parecia realmente me ver.Na noite em que me pediu para ser sua parceira, a Lua estava cheia. Alta o bastante para esconder o tremor das minhas mãos e o medo que eu fingia não sentir.O problema é que eu não era mais a adolescente boba e sonhadora que ele rejeitou.Eu havia sido forjada no fogo.Me tornei uma soldada — a pri
Hunter Blood MoonÀs vezes, eu simplesmente não entendia aquela fêmea.Hailey queria trancar a faculdade, pedir demissão, se dedicar ao bebê — e eu, que sempre fui o tipo de homem que resolvia tudo com força ou dinheiro, não sabia como convencê-la de que ela não precisava abrir mão dos próprios sonhos por causa de mim.— A gente contrata uma babá. — insisti.— Eu não quero uma pessoa estranha na nossa casa o dia inteiro com o bebê. — retrucou, sem erguer o olhar. — Um dia ele vai crescer, Hunter. E quando crescer, eu retomo minha rotina. Só preciso de tempo.— Pelo menos, não abandone a faculdade. Pode levar ele. Safira te ajuda.— E sobrecarregar ela também? — suspirou, balançando a cabeça.Era a mesma conversa há quase uma semana. E, a cada tentativa, eu descobria um pouco mais da teimosia e da força de Hailey.Encostei a cabeça na parede, observando-a ninar Tobias.Meu filho.O filho que eu tivera com outra mulher, mas que, por alguma razão, só parecia completo nos braços de Hailey
Lyanna ExulFui escoltada até em casa.Hunter havia sido discreto — discreto demais — ao mandar guardas me seguirem por quarenta quilômetros até a entrada da vila.Depois disso, sumiram como sombras silenciosas.A noite já caíra quando cheguei.Passei o dia inteiro ignorando as mensagens de Darius.Antes de subir a colina, parei no mercado e comprei pizza para as crianças.Era o tipo de gesto banal que me fazia sentir, por um instante, que a vida podia ser simples.Mas, no fundo, minha mente ainda estava longe dali — perdida no cheiro da casa de Hailey, aquela mistura de pinho, café e talco de bebê.A conversa ainda ecoava em mim, mas foi o que veio depois que ficou gravado de verdade.Tobias havia acordado, chorando baixinho, pedindo peito.Hailey o pegou com uma delicadeza que me arrancou o ar.— O médico disse que ele pode demorar a aprender a sugar — murmurou, acariciando as costas do bebê enquanto ele tentava pegar o bico.E eu fiquei ali, observando.A menininha que um dia escon
Hailey SilverstarAssim que descemos do carro, uma pequena multidão nos aguardava. Hunter estacionou diante da casa, e as pessoas já se aproximavam, sorridentes e curiosas. Deixei que ele pegasse Tobias no bebê-conforto enquanto fiquei um pouco mais atrás, observando. Eles se reuniram ao nosso redor, abençoando o pequeno, entoando uma canção antiga num dialeto que eu mal compreendia. Hunter, todo orgulhoso, mostrava Tobias como se apresentasse um milagre.Algumas fêmeas vieram até mim, perguntando como eu estava me sentindo — e percebi o instante exato em que sentiram o cheiro de leite em mim.Tia Alina e Christopher estavam lá também. Convidamos todos a entrar, mas a maioria apenas deixou presentes e seguiu de volta para suas casas.— Ah, ele é tão pequeno — disse Alina, inclinando-se sobre o bebê.— Tadinho, puxou o seu nariz, Hunter — brincou Christopher, apertando a mão dele com um sorriso. — Mas é um carinha bonitinho. Os olhos dele brilharam. — E aí, alfinha? Os Red Rivers são
A última vez que estive na Vila Blood Moon, fui entregue de volta a Theron. O irmão de Darius não nos apoiou. Por isso, era estranho e quase desconcertante, estar de volta àquele lugar. A vila tinha a mesma aura carregada de anos atrás, mas também algo mais sinistro, como se o tempo tivesse acumulado camadas de segredos e mágoas.Assim que cheguei à entrada, o guarda me indicou o caminho até a Casa de Yennifer. Notei pelo retrovisor que não poderia me desviar; havia outra presença, silenciosa, me seguindo. A escolta era discreta, mas suficiente para lembrar que eu não estava completamente livre, que ainda havia regras, limites, protocolos que eu não poderia quebrar sem consequências.Haviam observadores aqui e ali. Guardas. O carro serpenteou pelas ruas estreitas da vila, e cada esquina parecia sussurrar memórias que eu preferiria esquecer. O cheiro de incenso queimado misturado à terra úmida me fez prender a respiração por um instante. Era familiar e estranho ao mesmo tempo. Cada
Último capítulo