Elize chegou na faculdade como quem estava indo para um velório.
Caminhava devagar, os ombros caídos, a expressão de quem já tinha perdido a semana antes mesmo das provas começarem.
Lúcia foi a primeira a notar.
— Nossa, Elize, tá tão preocupada assim com a semana de provas? — perguntou, ajeitando a mochila nas costas.
— Relaxa, amiga — completou Bianca, dando um tapinha no braço dela. — Vamos dar conta, como sempre.
Elize soltou um suspiro arrastado e respondeu, sem conseguir disfarçar o drama:
— Não é isso, meninas. Mas deixa o assunto pra assim que a gente chegar em casa.
Bianca esfregou as mãos como quem se preparava para ouvir uma fofoca de primeira.
— Não vejo a hora.
A aula passou num piscar de olhos — ou pelo menos foi assim pra Lúcia e Bianca, que passaram boa parte do tempo cochichando e trocando mensagens no grupo privado das três.
Elize mal anotou uma linha, perdida demais nos próprios pensamentos.
O bombom, o sorriso discreto, a sacola deixada na sala de Henrique.
Tudo ma