Ela não se ofendeu, mas também não deixaria a dúvida pairar.
— As razões do seu pai, Henrique, sinceramente, eu não sei. Ele me convidou, falou em confiança, em perfil técnico e cases delicados. Isso me interessou. Vim porque aceitei o desafio — ela fez uma pausa breve, depois continuou: — Mas isso não significa que eu vá me comportar como uma completa estranha no ninho.
Henrique assentiu devagar, absorvendo as palavras.
A expressão dele suavizou, como se um pequeno peso tivesse sido retirado — embora o outro, o da desconfiança, ainda estivesse ali.
— É que... — ele começou, procurando as palavras — achei que você tivesse aceitado esse convite com outras intenções também.
— Quais intenções? — Helena ergueu uma sobrancelha, num tom leve, quase rindo. — De virar sócia majoritária? Ou de roubar sua sala?
Henrique não respondeu de imediato. Apenas a observou.
Aquela pergunta dele parecia mais boba agora, diante da postura tão controlada dela.
— Esquece. Talvez eu tenha in